Kelber Henrique Pereira, de 30 anos, foi condenado a 62 anos, dois meses e 20 dias de prisão em regime inicialmente fechado por matar a companheira de 23 anos e o filho mais novo do casal, de 3 meses, em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O crime aconteceu em julho de 2022 e o júri popular foi nesta quarta-feira (22).
Kelber está preso preventivamente e não poderá recorrer em liberdade. A defesa dele afirmou que vai recorrer.
O réu foi apontado como autor dos assassinatos de Jéssica Mayara Ballock e do bebê, Théo Pereira. Os corpos foram encontrados em 25 de julho de 2022 dentro do apartamento onde moravam. O crime aconteceu no dia anterior.
Depois dos assassinatos, ele fugiu com o filho mais velho do casal, que tinha 1 ano e 10 meses na época. O menino chegou a ser considerado desaparecido após o crime, mas foi localizado em Minas Gerais com os avós paternos, sem ferimentos.
Acusação
Em relação à companheira, o réu foi condenado por homicídio qualificado, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, com o emprego de asfixia e de meio cruel, feminicídio e na presença física dos descendentes da vítima.
Sobre o filho, o acusado foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, emprego de meio cruel e contra menor de 14 anos, com causa de aumento da pena por ser pai da vítima.
Ele também foi condenado por apropriação indébita do veículo utilizado na fuga após os crimes.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, no quarto do casal, o réu asfixiou a companheira enquanto ela dormia e, em seguida, a agrediu com diversos golpes de faca na região do pescoço, o que causou a morte da vítima. Nas mesmas circunstâncias, ele ainda usou a faca para matar o filho mais novo.
Depoimento à polícia
O crime foi cometido após Kelber fazer uso de cocaína, conforme o delegado Ronnie Esteves. "Ele [suspeito] fala que deixou a família em casa, comprou a droga, voltou para casa, consumiu essa droga ao lado da Jéssica no sofá".
A esposa, então, pediu para que ele parasse de usar o entorpecente. Segundo o delegado, ele relatou que ouviu a mulher e jogou um pouco da droga fora. A família tomou banho e foi dormir. O filho mais velho estava deitado junto com o casal, enquanto Théo estava em um berço ao lado.
Durante a madrugada, porém, Kelber acordou.
"A Jéssica estava de costas para ele. Ele atacou o pescoço dela, ela dormindo, atacou o pescoço dela e ela veio a desfalecer. Diante daquela cena, ele disse 'preciso terminar o serviço'. Ele vai até a cozinha, bebe uma água, volta, a Jéssica ainda está deitada na cama. Ele puxa a Jéssica, joga a Jéssica no chão. Ciente que ele precisava, na cabeça dele, terminar o serviço, ele retorna à cozinha, pega uma faca. Ele se abaixa do lado da Jéssica e ali ele passa a faca no pescoço dela", relatou o delegado.
"Diante daquela situação, ele viu que ele matou a mulher, o Théo acordou e começou a chorar muito e ele ficou desesperado e não sabia o que fazer, o que ele ia fazer com o Théo, um bebê que mamava, que dependia da mãe, e a mãe morta e que ele não ia dar conta", relatou Esteves.
"Ele resolveu pegar o Théo, colocou no final da cama e ali ele também passou a faca no pescoço do filho", completou o delegado.