Um homem e uma mulher foram condenados por tentativa de homicídio contra policiais militares de Canoinhas, no Planalto Norte catarinense. Na tentativa de fugir de uma barreira de trânsito, o casal jogou o carro em cima dos agentes na BR-280, em Três Barras, no dia 16 de fevereiro de 2024.

Matheus Natal de Oliveira e Sheila Gonçalves foram denunciados pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e condenados pelo Tribunal do Júri em sessão realizada na última sexta-feira (8).

O homem respondeu por tentativa de homicídio duplamente qualificado - para assegurar a impunidade de outro crime e contra agente de Polícia Militar - e pelos crimes conexos de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. A pena foi fixada em 21 anos, nove meses e 29 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e 1.943 dias-multa, cerca de R$ 91 mil, para o homem que dirigia o carro.

Já a mulher foi acusada de associação para o tráfico e tráfico de drogas. A pena é de 14 anos e sete meses de reclusão em regime fechado, além de 2.125 dias-multa, equivalente a R$ 100 mil.

O casal não terá o direito de recorrer em liberdade, pois responderam ao processo presos. Na sentença, o juízo ainda acolheu o requerimento do MPSC para a revogação da prisão domiciliar de Sheila.

Relembre caso de tentativa de homicídio

Segundo o portal JMais, na época, a Polícia Militar havia recebido informações de que um veículo seria usado para entregar quantidade considerável de entorpecentes na região de Canoinhas. Foi montada, então, uma operação em conjunto com a Polícia Civil para abordagem do veículo na BR-280, no trevo de acesso ao município de Três Barras.

Quando avistou a barreira, no entanto, o casal lançou o carro contra policiais militares para tentar fugir. A ação foi interrompida apenas após disparos de arma de fogo, que forçaram a parada do veículo.

Durante a abordagem, foram encontradas substâncias ilícitas no carro, como 497 gramas de cocaína e duas gramas de maconha. Além disso, a investigação revelou que os réus estavam associados com o tráfico de drogas e transportavam os entorpecentes de Joinville até Canoinhas.

Sheila, que na época estava grávida de 9 meses, estava com uma tornozeleira eletrônica envolvida em papel alumínio e uma faixa de tecido com o objetivo de burlar a localização.

A promotora de Justiça Ana Maria Horn Vieira Carvalho destacou ao Conselho de Sentença que os réus, para tentar ocultar o cometimento do crime de tráfico de drogas, empreenderam fuga após visualizar a barreira policial na rodovia. "O motorista, com o objetivo de atingi-los, lançou o carro contra os policiais que realizavam a primeira contenção, bem como contra os outros dois que faziam a segunda barreira", comentou.

Ainda segundo a denúncia, os policiais conseguiram se esquivar e evitaram o atropelamento. Mesmo assim, foi necessário diversos disparos de arma de fogo para parar o veículo dos acusados.